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31 de janeiro de 2011

Caio Fernando Abreu

Então gente, eu sei que fazem séculos que eu não posto mas é que eu nem estou em casa, não tenho nenhum texto aqui, e só pra não ficar mais uma semana sem postar nada, decidi postar esse texto do Caio Fernando Abreu, porque eu amo tudo que ele escreve, me identifico com tudo, e enfim, espero que gostem!




Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez, ele volte. Ou não
Caio Fernando Abreu

18 de janeiro de 2011

O que eu preciso.

Às vezes eu acho que preciso de um namorado, e do nada eu não quero ninguém perto de mim. Eu queria alguém que sumisse quando eu preciso de um tempo com outras pessoas, e que estivesse aí quando eu precisasse única e exclusivamente dele. Tudo que eu quero se confunde na minha mente, e na minha alma, meus sentimentos batem de frente com a minha razão. Quisera eu, poder seguir apenas algum deles sem sair machucada, decepcionada, ou sentindo que falta algo na minha vida. Gostaria de sair sozinha no sábado e ter onde passar o domingo, alguém que me levasse pra cama e ouvisse meus segredos, mas não precisava ligar, não sempre pelo menos. Então, tudo que eu preciso é algo que eu provavelmente já tenho. Alguém que eu brigo e faço as pazes na semana seguinte, saio, canto, brinco, fico longe, mas que tenho certeza que no final será sempre essa mesma pessoa. Não preciso de compromisso, não precisa de algo certo, pois é aquela pessoa que eu sempre acabo encontrando, pois sempre fomos nós dois, nós e o mundo.

12 de janeiro de 2011

Apologies.

“It’s the end of the world, Cappie, what you gonna do?”

Eu fiquei me perguntando isso quando acabei de assistir a segunda temporada de Greek, e sem achar realmente uma resposta, eu perguntei a minha amiga. E a resposta dela foi simples e curta: “Eu ia pedir desculpas.”
Por que? Por que as pessoas pedem desculpas? Desculpas são apenas desculpas para passarmos por cima dos assuntos que nós nunca resolveremos. Se as pessoas pensassem antes de qualquer coisa que pretendem fazer, haveria muito menos arrependimento, e muito menos desculpas. Acho que todas as pessoas erram, já erraram ou vão errar algum dia, e ninguém é melhor que ninguém pra julgar as atitudes dos outros, e ninguém é pior que ninguém pra se sujeitar a pedir desculpas. Eu, particularmente, já dei e pedi muitas desculpas, até encarar os fatos de que isso é apenas sinônimo de fraqueza e de falta de orgulho próprio. Se as desculpas não forem aceitas, você vai pedir mais e mais desculpas, e mesmo que sejam aceitas, será algo que vai te corroer por dentro para sempre, pois se você fez algo que precisou se desculpar é porque foi errado, e não vai deixar de ser apenas porque alguém disse que aceita o fato de você ter se arrependido.
Isso também é uma mentira. Vamos encarar a verdade, pois todos nós sabemos que ninguém nunca aceita uma desculpa. Nós não aceitamos, os outros não aceitam. E a menos que tenha sido um batom quebrado, ou um CD riscado, não passa com o tempo, mas do mesmo jeito que se pede desculpas para evitar uma briga, se aceita para não precisar discutir sem chegar a lugar algum.
O fim do mundo poderia chegar hoje, e o que as pessoas fariam seria o que elas fazem todos os dias: Pedir perdão, perdoar e serem perdoadas. Mas ninguém faria o que realmente gostaria, mesmo se todos tivessem cem por cento de certeza do fim, ainda teriam medo do que poderia acontecer, ainda tentariam manter as aparências, ainda hesitariam para dizer FODA-SE.
Você não precisa de ninguém a ponto de viver pedindo desculpas, você sempre vai poder recomeçar, e se você comete erros é para aprender algo. Essa é a vida, nunca pense que existe alguém que aprendeu sem errar, nunca pense que os conselhos dos outros vão adiantar. As pessoas têm que sentir na pele como é se foder para depois pensarem que podia ter sido diferente. Por isso desculpas são uma merda, desculpar os outros é outra merda que sempre deixa um clima ruim, e quando a gente se fode não é pra aprender a pedir perdão, é pra ter um pouco mais de orgulho próprio pra saber enxergar os caminhos que estão mais adiante, pois pedir pelo perdão nos deixa parados sempre no mesmo lugar.

                                                                                                                                       Maiara Salvador.




PS.: Eu ia pedir desculpas pelos foda-se, se foder e tal, mas FODA-SE, não é como se fossem coisa do demonio, beijos.

7 de janeiro de 2011

choices.

Eu escolhi nunca me apaixonar, nunca gostar de alguém a ponto de sentir saudades, escolhi nunca amar, nunca precisar de alguém, nunca namorar, e a menos que fosse com a tequila, nunca ter um relacionamento que durasse mais de duas horas. Eu escolhi por não gravar nomes e não anotar telefones. Escolhi não admirar as pessoas, não entende-las e muito menos me identificar com elas. Eu escolhi ver rostos novos todos os dias, não ficar no mesmo lugar por muito tempo, não freqüentar os mesmos bares mais de três vezes. Eu escolhi um bilhão de coisas, e nenhuma delas envolve um coração partido ou lágrimas nos meus olhos, não existem objetos quebrados ou decepções estampadas na minha cara, não pelo caminho das minhas escolhas, e se eu escolhi isso é porque me faz bem, e se algum dia eu estiver cansada e precisar de um abraço, nunca vai ser muito tarde para voltar pra casa e criar um novo começo, com novas escolhas.

3 de janeiro de 2011

o mundo pela sua janela.

O que você vê quando você olha pela sua janela?
Eu não consigo mais passar pelos lugares, onde quer que seja, sem que eu me depare com situações estranhas, tristes, com pessoas com pressa demais, irritadas demais.
É raro você encontrar alguém que seja feliz. E no “ser feliz”, eu incluo toda uma vida, não só os finais de semana e as tardes de risada com os amigos. Na maior parte do tempo as pessoas estão ocupadas demais, se preocupando demais que ninguém mais da bola para o mundo ao seu redor. O século XXI é construído por pessoas que tomam analgésicos para dor de cabeça durante o dia e remédios para dormir a noite, em toda faixa etária. Todos os dias ocorrem milhares de brigas, milhares de acidentes e milhares de mortes no mundo todo, e ninguém faz nada para mudar isso, porque todos estão ocupados demais com suas tarefas, agindo como se o que acontece com o mundo hoje é apenas problema dos outros. Mas não é. A culpa é de todos nós, da arrogância e da futilidade que consomem as pessoas, da falta de amor e da necessidade de passar a culpa adiante. A ocupação do ser humano com essas coisas é tão deprimente quanto saber que eles não param pelo menos um minuto para olhar o céu e encontrarem algum desenho nas nuvens.
Todos correm tanto contra o tempo, que não percebem ele passar. Estamos no início de mais um ano, onde todas aquelas promessas são feitas. Novamente. Todos nós prometemos, prometemos e prometemos, mas será que ninguém nunca percebe, que por mais que as palavras mudem, o significado é sempre o mesmo? Nossas promessas são sempre as mesmas, todos os anos. Temos doze meses inteiros par cumpri-las, e mesmo assim não conseguimos. Sempre adiamos o que não julgamos tão importante, sempre adiamos o que pensamos não envolver benefícios. Mas se todos cumpríssemos com nossas promessas, se todos tirássemos cinco minutos de cada dia, apenas para olhar para o céu e pensar sobre nossas vidas, tudo mudaria. Ninguém pode mudar o mundo, mas cada um pode mudar sua rotina. Fugir um pouco dos padrões, desligar o celular, tirar o relógio do pulso pode fazer muita diferença, e no momento que você fizer a sua parte, vai perceber que outra pessoa está fazendo a dela, então sim, as coisas vão mudar, mesmo que seja só uma janela que você possa observar.



                                                                                                                                       Maiara Salvador